PANAMÁ INGRESSA NO MERCOSUL COMO MEMBRO ASSOCIADO
O Panamá deu um importante passo para sua integração econômica ao ingressar como membro associado no bloco de livre comércio do Mercosul nesta sexta-feira (6). Durante a 65ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, realizada em Montevidéu, Uruguai, o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, assinou três acordos: um de complementação econômica e dois de compromissos democráticos. Esta é a primeira cúpula com a participação da Bolívia como estado parte, que se juntou ao bloco em julho deste ano.
O acordo de complementação econômica com o Panamá foi um dos pontos altos da cúpula e foi coordenado pelo Brasil. A negociação desse acordo foi discutida nas reuniões anteriores, especialmente durante a última cúpula no Paraguai, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e José Mulino falaram sobre a adesão do Panamá ao Mercosul.
“Dou as boas-vindas ao presidente José Raúl Mulino, do Panamá, que passa a ser o primeiro estado associado do Mercosul na América Central”, declarou Lula, durante seu discurso na cúpula, acrescentando que o Mercosul lançaria as bases para uma futura liberalização comercial com o Panamá, que é um ponto estratégico, visto que o país centro-americano concentra 6% do comércio mundial.
PANAMÁ E MERCOSUL: UMA PARCERIA PROMISSORA
O presidente panamenho José Raúl Mulino ressaltou em sua fala que seu país vê no Mercosul uma grande oportunidade para fortalecer seus laços comerciais. “O Panamá é uma oportunidade para suas exportações. Este bloco é um gigante global em produtos agrícolas e industriais. Temos experiência em logística e no aumento da competitividade do comércio global. Somos complementares e devemos nos fortalecer,” destacou Mulino.
Em 2024, entre janeiro e junho, as exportações brasileiras para o Panamá totalizaram US$ 440,9 milhões, enquanto as importações brasileiras de produtos panamenhos somaram apenas US$ 7,8 milhões, resultando em um superávit bilateral de US$ 433,1 milhões para o Brasil. Esse dado mostra o grande potencial da parceria entre os dois países.
MERCOSUL E A EXPANSÃO DO BLOCO
O Mercado Comum do Sul (Mercosul) é composto por estados partes (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia) e estados associados, que têm direito a participar de reuniões e atividades do bloco, além de contar com preferências comerciais com os estados partes. Atualmente, os estados associados ao Mercosul incluem Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e, agora, o Panamá.
Nesta mesma cúpula, o Mercosul, em conjunto com a União Europeia (UE), representada pela presidente Ursula von der Leyen, anunciou um acordo de livre comércio para a redução das tarifas de exportação entre os países que compõem esses mercados. Este acordo, que estava em negociação há 25 anos, promete acelerar a integração comercial entre os blocos.
O FUTURO DO MERCOSUL
Com a adesão do Panamá, o Mercosul se fortalece como um bloco de relevância global. A expectativa é que a nova parceria traga benefícios mútuos, ampliando as oportunidades comerciais, especialmente para o Brasil, que já mantém uma balança comercial positiva com o Panamá. Além disso, a redução das tarifas de exportação com a União Europeia pode abrir novas portas para os países do Mercosul, consolidando ainda mais sua posição no comércio global.
COMENTÁRIOS