A artista circense Camila Gomes deu sua primeira entrevista à TV  Mirante, filiada a Rede Globo,  após o ataque violento que sofreu no dia 23 de novembro em Central do Maranhão. O incidente, que envolveu um grupo criminoso, resultou em um estupro cometido por um dos membros do grupo, de 17 anos, e deixou a artista em choque. Após o crime, Camila passou por um processo de recuperação, tanto físico quanto emocional, e voltou aos palcos em Santa Helena, cerca de 156 km de São Luís, em um momento simbólico de superação e recomeço.

Durante a sua volta ao picadeiro, a artista agradeceu as mensagens de apoio que recebeu de milhares de pessoas, tanto nas redes sociais quanto pessoalmente, e ressaltou a importância da empatia e do carinho demonstrado:

"Me sinto abraçada por todos, independente de ter uma pessoa presente me abraçando, eu senti aquele abraço de todo mundo mandando mensagem. Ainda existe empatia, ainda existe amor entre as pessoas", afirmou Camila.

Foto: Reprodução/Instagram 

A TRAGÉDIA E O IMPACTO NO CIRCENSE

Camila Gomes, que havia participado do espetáculo com sua filha de 1 ano, revelou detalhes do momento do ataque. Segundo a artista, o criminoso que a abordou chegou a colocar uma arma em sua cabeça e disparar, mas, milagrosamente, a bala não a atingiu. Ela lembrou ainda do sofrimento de estar sendo atacada na frente da filha, que estava dormindo no trailer onde o crime ocorreu.

Em sua postagem nas redes sociais, Camila relatou:

"Eles [criminosos] chegaram pedindo dinheiro e saíram me arrastando pelos cabelos, enquanto outro me levou para dentro do trailer onde estava minha filha. Ele deu um tiro. Eu senti Deus comigo. Deus fez ele errar a bala para não acertar em mim."

Após o trauma, o circo, que é a principal fonte de renda da família, cancelou suas apresentações em Central do Maranhão e decidiu deixar a cidade. A situação foi ainda mais difícil, pois o grupo criminoso também roubou itens pessoais dos familiares e agrediu dois idosos, um deles com Alzheimer, que ficaram feridos.

APOIO E JUSTIÇA

Camila também agradeceu o apoio recebido de seus colegas de profissão e do público em geral. Ela destacou que sua recuperação ainda está em andamento e que está recebendo acompanhamento psicológico. Além disso, a polícia tem agido ativamente para responsabilizar os criminosos, com sete dos oito membros do grupo já detidos. O adolescente responsável pelo estupro foi apreendido e confessou o crime.

A recuperação de Camila e o retorno ao palco simbolizam a força e a resiliência diante do sofrimento. Ela espera que a justiça seja feita e que seu relato sirva para aumentar a conscientização sobre a violência e a necessidade de proteger as mulheres e artistas em situações vulneráveis.

JUSTIÇA E CONTINUIDADE

O trabalho da Polícia Civil do Maranhão segue em andamento, com a prisão de vários membros do grupo criminoso e a apreensão de um adolescente envolvido no crime. As autoridades continuam trabalhando para garantir que os responsáveis por esse ataque brutal enfrentem as consequências legais.

Camila Gomes, agora com o apoio da família e da comunidade, segue se esforçando para superar o trauma e retomar sua carreira no circo, um campo que, além de ser sua paixão, é vital para a sua sobrevivência e a de sua filha.

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